CARLSON GRACIE TEAM

HISTÓRIA DO JIU JITSU

O Jiu-Jitsu brasileiro - Séculos III e VIII

O Jiu-Jitsu brasileiro ou, lá fora, o Brazilian Jiu-Jitsu ou BJJ (grafado também como jujitsu ou jujutsu) é uma arte marcial de raiz japonesa que se utiliza essencialmente de golpes de alavancas, torções e pressões para levar um oponente ao chão e dominá-lo. Literalmente, jū em japonês signfica “suavidade”, “brandura”, e jutsu, “arte”, “técnica”. Daí seu sinônimo literal, “arte suave”. Sua origem secular, como sucede com quase todas as artes marciais ancestrais, não pode ser apontada com precisão. Estilos de luta parecidos foram verificados em diversos povos, da Índia à China, nos séculos III e VIII. O que se sabe é que seu ambiente de desenvolvimento e refinamento foram as escolas de samurais, a casta guerreira do Japão feudal. A finalidade de sua criação se deu pelo fato de que, no campo de batalha ou durante qualquer enfrentamento, um samurai poderia acabar sem suas espadas ou lanças, necessitando, então, de um método de defesa sem armas. Como os golpes traumáticos não se mostravam suficientes nesse ambiente de luta, já que os samurais vestiam armaduras, as quedas e torções começaram a ganhar espaço pela sua eficiência. O Jiu-Jitsu, assim, nascia de sua contraposição ao kenjitsu e outras artes ditas rígidas, em que os combatentes portavam espadas ou outras armas.

Mitsuyo Maeda - 1941

A arte marcial ganhou novos rumos quando um célebre instrutor da escola japonesa Kodokan decidiu ganhar o mundo e provar a eficiência de seus estrangulamentos e chaves de braço contra oponentes de todos os tamanhos e estilos: Mitsuyo Maeda, um filho de lutador de sumô nascido no povoado de Funazawa, cidade de Hirosaki, Aomori, no Japão, em 18 de novembro de 1878, e falecido em Belém do Pará a 28 de novembro de 1941. Eterno defensor das técnicas de defesa pessoal do Jiu-Jitsu, Maeda embarcou para os Estados Unidos em 1904, em companhia de outros professores da escola de Jigoro Kano. À época, graças aos laços políticos e econômicos entre Japão e EUA, as técnicas japonesas encontravam grandes e notórios admiradores em solo americano. Em 1903, por exemplo, o presidente Theodore Roosevelt tomara aulas com o japonês Yoshiaki Yamashita. Nos EUA, o ágil japonês começou a colecionar milhares de combates e adversários tombados pelo caminho, em países como a Inglaterra, Bélgica e Espanha, onde sua postura nobre fez nascer o apelido que o consagrou, Conde Koma. De volta à América, o lutador fez diversas apresentações e desafios em países como El Salvador, Costa Rica, Honduras, Panamá, Colômbia, Equador, Peru, Chile e Argentina. Em julho de 1914, o valente japonês de 1,64m e 68kg, segundo consta, desembarcaria no Brasil para fincar raízes e mudar a história do esporte. Maeda colecionaria histórias saborosas em terras brasileiras. Após rodar pelo país, o faixa-preta de Jiu-Jitsu se estabeleceu em Belém do Pará. Certo dia, encarou o desafio de um capoeirista conhecido como “Pé de Bola”, de cerca de 1,90m e quase cem quilos. Maeda não se fez de rogado e ainda deixou o ousado rival portar uma faca na luta. O japonês desarmou-o, derrubou e finalizou o brasileiro. Conde Koma, como se tornou tradição entre os professores de Jiu-Jitsu, também lançava desafios para rivais famosos do boxe. Foi o que fez com o afamado boxeador americano Jack Johnson, que jamais aceitou a luta. Foi Koma, ainda, que promoveu o primeiro campeonato de Jiu-Jitsu do país – na verdade, um festival de lutas e desafios para promover o esporte desconhecido.

Carlos Gracie - 1917

Carlos foi apresentado ao Jiu-Jitsu aos 14 anos de idade por Mitsuyu Maeda e se tornou um ávido aluno por alguns anos. Os treinamentos sob a orientação de Maeda tiveram um impacto profundo em sua mente. Ele jamais havia sentido o nível de autocontrole e autoconfiança proporcionado pela prática do Jiu-Jitsu. A afinidade que podia sentir com o próprio corpo a cada treino fez com que Carlos passasse a ter uma compreensão maior de sua natureza, de suas limitações e de suas forças, e lhe trouxe um sentimento de paz que ele nunca tinha sentido antes. Os momentos com Maeda não duraram muito tempo. Passados menos de 5 anos do dia em que começou a treinar, Carlos teve que se mudar para o Rio de Janeiro junto com seus pais e irmãos. Chegando na então capital do Brasil com 20 anos, Carlos Gracie encontrou dificuldade em se adaptar à nova vida e trabalhar num emprego normal. Apesar de trabalhar em instituições do governo, o espírito rebelde de Carlos não o deixava em paz. O desejo de ensinar a arte que tinha aprendido com Maeda já estava vivo e ele decidiu ir em busca disso. A profissão de professor de artes marciais no começo do século 20 no Brasil não era exatamente a mais promissora. O conhecimento que as pessoas tinham a respeito disso era praticamente inexistente, o que tornava muito difícil encontrar alunos dispostos a pagar para aprender. As únicas pessoas que davam valor no que Carlos Gracie tinha para ensinar eram os integrantes da Polícia e uma oportunidade para dar aulas finalmente apareceu para ele no estado de Minas Gerais. A paixão pelo Jiu-Jitsu e a dedicação de Koma em torná-lo um campeão fizeram o Carlos dar um novo sentido para sua vida. A partir de então, Carlos começou a utilizar e ver o Jiu-Jitsu como instrumento para ajudá-lo a encontrar seu rumo. Mais que isso, com o tempo ele optou pelo Jiu-Jitsu como um ideal pelo qual valia a pena lutar e o adotou com força e determinação. Carlos Gracie teve boas oportunidades profissionais. Após alguns anos em Minas, Carlos decidiu se mudar para São Paulo e então voltou para o Rio. Devido ao seu espírito independente e sua convicção nas grandes coisas que o Jiu-Jitsu podia fazer para as pessoas comuns, tornou-se difícil para ele restringir seus ensinamentos à Polícia.

Primeira Academia de Jiu-Jitsu - 1925

Aluno fiel, Carlos Gracie abraçou de vez o Jiu-Jitsu e, para lamento da mãe que sonhava ver mais diplomatas na família célebre, passou a incutir nos irmãos o amor pela arte. Um de oito irmãos (Oswaldo, Gastão Jr., George, Helena, Helio, Mary e Ilka), Carlos abriu, em 1925, a primeira academia de Jiu-Jitsu da família Gracie. Nos jornais, o anúncio era uma obra-prima do marketing: “Se você quer ter um braço quebrado procure a academia Gracie”. O grande mestre teria 21 filhos, sendo que 13 deles se tornariam faixas-pretas. Cada membro da família passou, então, a fortalecer a arte e a acrescentar mais um elo à corrente criada por grande mestre Carlos, fundador e guia do clã, além do primeiro membro da família a se lançar numa luta sem regras, a que chamou de “vale-tudo”. Foi em 1924, no Rio de Janeiro, quando Carlos Gracie enfrentou o estivador Samuel, conhecido atleta da capoeira.

Hélio Gracie - 1932

Hélio Gracie era criança quando a escola da Marquês de Abrantes abriu suas portas em 1.925. Aos 12 anos de idade, ele era novo demais para ajudar com as aulas ou na administração da escola. Carlos estava muito ocupado com as aulas e com a gestão do negócio e, por essa razão, as primeiras aulas de BJJ de Hélio foram delegadas aos seus irmãos Gastão e Oswaldo. Foi só mais tarde que Carlos começou a notar o talento de Hélio e passou, então, a dedicar mais tempo para ensiná-lo e treiná-lo. A baixa estatura e a condição física relativamente frágil de Hélio dificultavam a execução correta de algumas posições. A fim de se desenvolver e ganhar a atenção e admiração de seus irmãos mais velhos, especialmente a de Carlos, Hélio teve que procurar maneiras alternativas que funcionassem para ele. Suas descobertas enfatizavam o sistema de alavanca e a escolha do momento oportuno para agir, em vez de força e rapidez. As adaptações das técnicas que Hélio aprendeu com seus irmãos foram dominadas através de tentativa e erro e o resultado final disso acabou se tornando o avanço e o refinamento do Jiu-Jitsu Gracie. Sob a tutela de seu irmão, instrutor e mentor Carlos, Hélio participou de inúmeras lutas, inclusive uma com duração de 3h e 43min contra Valdemar Santana, um ex-aluno. A coragem, a persistência e a disciplina de Hélio fizeram dele um herói nacional. Na medida em que foi ficando mais velho, Carlos passou a se dedicar mais a sua pesquisa sobre nutrição e exercícios e a se empenhar em sua busca por esclarecimento espiritual. Hélio, então, assumiu o controle do negócio da família e se envolveu diretamente com a administração da Escola Gracie, a essa altura uma instalação muito maior localizada no centro do Rio de Janeiro. Carlos, Gastão, Oswaldo, George e Hélio formaram a primeira geração de lutadores Gracie. Apesar de Carlos e Hélio terem se tornado muito próximos e de terem trabalhado e morado juntos por décadas, os cinco irmãos deram uma enorme contribuição para o crescimento do Jiu-Jitsu no Brasil na primeira metade do século 20.

A Era “Carlson Gracie” - 1955

Carlson Gracie (1932) apareceu como o lutador número 1 da família logo após a derrota de Hélio para Valdemar Santana em 1.955. Aos 43 anos de idade, Hélio não conseguia manter a condição física necessária para competir em alto nível. Como a reputação da Família Gracie ficou manchada quando Valdemar, um ex-aluno, derrotou Hélio Gracie, Carlson foi chamado com a responsabilidade de levar o nome da Família de volta ao topo. Carlson derrotou Valdemar Santana e se tornou o principal lutador da família nas décadas seguintes. Suas inúmeras vitórias em campeonatos fizeram dele um jovem famoso e estimularam o desejo de abrir sua própria escola. Ele estabeleceu sua filial em Copacabana, no Rio de Janeiro, e começou a formar seu próprio grupo de alunos e lutadores. Carlson teve um papel muito importante no estímulo da competitividade no Jiu-Jitsu, o que contribuiu ainda mais para o desenvolvimento técnico da arte. Muito competitivo, Carlson montou uma forte equipe de jovens atletas com desempenho notável nos anos 70 e 80 nas diversas competições de Jiu-Jitsu que já começavam a ser realizadas no Brasil. O grande mestre teria 21 filhos, sendo que 13 deles se tornariam faixas-pretas. Cada membro da família passou, então, a fortalecer a arte e a acrescentar mais um elo à corrente criada por grande mestre Carlos, fundador e guia do clã, além do primeiro membro da família a se lançar numa luta sem regras, a que chamou de “vale-tudo”. Foi em 1924, no Rio de Janeiro, quando Carlos Gracie enfrentou o estivador Samuel, conhecido atleta da capoeira.

Carlson Gracie Junior - 1969

Carlson Gracie Jr. nasceu no estado do Rio de Janeiro, Brasil, em 27 de julho de 1969. Ele é o terceiro filho e único filho do lendário Grande Mestre Carlson Gracie, pai e neto do fundador do Brazilian Jiu-Jitsu (BJJ) Carlos Gracie. Ele começou BJJ com a idade de três, sob a direção de seu pai. Junior, como é carinhosamente conhecida a sua família e amigos, compareceram ao Rio de Janeiro State University, onde obteve um diploma de Educação Física, em 1993. Júnior foi apelidado de “El Principe de Jiu-Jitsu” ou “O Príncipe do Jiu-Jitsu”, e é um praticante de Jiu-Jitsu e um membro da família Gracie. Carlson Júnior é faixa preta 5 º grau de Jiu-Jitsu e uma faixa preta em judô sob o mestre de Judô brasileiro famoso, Georges Mehdi. Além disso, Júnior também foi classificado em Luta Greco-Romana e ganhou um lugar em uma equipe greco-romana brasileira que competiu toda a América do Sul. Junior ganhou 6 títulos como um lutador greco-romano. Carlson ensinou na escola de seu pai no Rio de Janeiro antes de se mudar para os Estados Unidos. O original Carlson Gracie Escola produziu inúmeros estudantes que destacaram em Jiu-Jitsu e Mixed Martial Arts (MMA) ou Vale Tudo. A escola era conhecido como “O Den of Champions” por causa do número de campeões que a escola produzidos. Não só Júnior ensinar na escola, mas ele também foi um dos campeões.Ele ganhou 10 títulos no Jiu-Jitsu e ajudou campeões trem múltiplas que compõem o Carlson Gracie Arrebentação Equipe da competição que dominou a cena BBJ nos anos 80 e 90. Júnior passa a maior parte de seu tempo em sua escola foi inaugurado recentemente (Novembro de 2012) em Chicago. Além disso, devido à grande demanda, viagens ao redor do mundo júnior, hospedagem de seminários que suportam o crescimento do Jiu-Jitsu e praticantes de Jiu-Jitsu oferece a oportunidade de aprender com um dos instrutores mais experientes da história do Jiu-Jitsu. A Carlson Gracie Academy foi a escola de Jiu-Jitsu em primeiro lugar na área de Chicago e tem produzido estudantes cinto mais negros na área de Chicago do que qualquer outra escola, garantindo o sucesso contínuo para a equipe Carlson Gracie. Alunos de Carlson incluem policiais, militares, lutadores de MMA profissionais e amadores, profissionais que trabalham, estudantes, mulheres e crianças.

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Carlson Gracie foi um dos representantes mais importantes de sua família. Além de ter sido o principal lutador da sua geração, Carlson se tornou um excelente treinador, formando exércitos que dominaram o circuito do Jiu-Jitsu durante anos e que no MMA tiveram o mesmo sucesso. Mas o filho mais velho de Carlos Gracie não formou apenas ótimos lutadores. Seus ensinamentos influenciaram praticamente toda a geração atual de grandes treinadores, que comandam as principais equipes de MMA do planeta. Na matéria a seguir, mostraremos o tamanho da importância do Grande Mestre para o esporte brasileiro, e porque ele é reverenciado por todos aqueles que conviveram com este incrível personagem das lutas.

“Se você quer ser um Leão, deve treinar com Leões”

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